quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

5 motivos para assistir Lilyhammer



5 motivos para dar uma chance à comédia mais surpreendente de 2013.

Lá nos idos de 2012, a Netflix lançou em seu catálogo sua primeira série original: Lilyhammer. Resultante de uma parceira do serviço de streaming online com o canal NRK1 da Noruega, em oito episódios, a série conta história de Frank Tagliano (interpretado por Steven Van Zandt, de The Sopranos), que, após sofrer uma tentativa de assassinato, testemunha contra um chefão da máfia nova-iorquina e é colocado pelo FBI em um programa de proteção à testemunha e decide recomeçar sua vida na cidade norueguesa de Lillehammer, com a nova identidade Giovanni Henriksen. Logo, Tagliano não consegue se adequar às burocracias e à vida pacata da cidade e começa a estabelecer seu próprio ninho mafioso.

Depois de bater recordes de audiência na Noruega, de ser ignorada pelo público mundial e de apresentar uma temporada de estreia sólida, a série foi renovada e, aos 48 do segundo tempo de 2013, a segunda temporada de Lilyhammer foi lançada pela Netflix. E, amiguinhos, só tenho a dizer o seguinte: eu ri, eu gargalhei e eu me contorci com o abdômen dolorido de tanto rir. Todos os erros da primeira temporada foram consertados e, dessa vez, a série abraçou a histeria, a canalhice, a canastrice, a despretensão e a comédia com uma fúria assustadora e se tornou, sem dúvidas, uma das melhores comédias de 2013.

E, como não adiantar analisar a temporada, afinal provavelmente 99,9% dos leitores do site ainda não viram a série, decidi levantar 5 motivos para se dar uma chance à série. Mas antes vale um aviso:

Lilyhammer faz piadas grosseiras e explícitas, abusando de palavrões e companhia, dessa forma, nada mais justo que esse post não medir palavras. Se você facilmente se ofende, o aviso está dado. Então, vamos lá:

1. Os bebês da série se chamam Ânus
Lilyhammer não tem medo de fazer sátira com a própria Noruega, berço do sucesso da série. Eles satirizam desde a personalidade fechada e provinciana da população até a burocracia institucional. E, como no segundo ano tudo é elevado a um novo patamar, já no 2×01, eles pegam um prefixo comum nos nomes dos noruegueses e o usam para ridicularizar geral. Sigrid, a mãe dos filhos de Tagliano decide batizar os gêmeos de Assbjørn e Assbjørg (Anusbjørn e Anusbjørg para brasileiros) e o radar-WTF dele apita e ele faz o diabo a quatro para mudar o nome dos gêmeos, afinal, quem seria o pai que conseguiria viver sabendo que seus filhos, na verdade, se chamam Ânus? Apesar de que, como apontado pelo colega de SM Vinícius Barros, dava pra lançar os dois como uma dupla sertaneja. Ansioso desde já pelos refrões cheios de trocadilhos maliciosos.

2. Os homens gostam de mamar nos peitos da cabritinha

Dê um play no vídeo acima e se jogue no feeling. Se é pra não se levar a sério e ser canalhamente incorreto, que abracemos os fetiches sexuais desviados da galera. Sigrid, em suas aventuras de mãe solteira, encontra um carinha, leva pra casa, começa a se pegar com ele no sofá e talz e na hora que a coisa esquenta o que acontece? O marmanjo mama leitinho dela e depois ainda olha para ela com a maior cara de realizado enquanto limpava o conteúdo que escorria da boca. E, para alegrar a galera que defende os direitos animais, claro que uma despedida de solteiro ia acabar de forma épica na boate de Tagliano: com o estupro de uma ovelha. Gente, agradeçamos à diversidade cultural dos roteiristas, que pegaram o clássico máximo da música portuguesa e adaptaram pras terras da Noruega com a ovelhinha.

3. Torgeir
Isso pode suar presunçoso e exagerado, no entanto Lilyhammer conta com um personagem que já entra na galeria dos melhores dos últimos anos. Torgeir, o comparsa de Tagliano, saiu de uma primeira temporada negligenciado pelo roteiro e engatou um segundo ano como um verdadeiro protagonista. Roubando todas as cenas em que aparece (e pra felicidade do mundo, são muitas), Torgeir desfila comédia com seu boné “I ♥ Girls” tricotando roupinhas pra bebês, administrando suas confusões sexuais, tendo sonhos eróticos esvoaçantes e nos assustando ao usar uma grave violência na defesa de seus interesses. E grande parte da força de Torgeir é a atuação soberba do talentoso de Trond Fausa, que consegue pegar as diversas camadas sentimentais, violentas e cômicas do personagem e compor uma figura coerente e complexa, que toma a série para si.

4. As personagens femininas são fortes
Pra quem está cansado de assistir séries em que as mulheres vivem em funções de homens ou ficam relegadas a papeis e atitudes frágeis, Lilyhammer é uma ótima dica. Os homens do universo da série são majoritariamente atrapalhados, babacas e infantis. As mulheres, por outro lado, são carregadas de inteligência, responsabilidade e coragem. A supracitada Sigrid se impõe perante Tagliano e os homens de sua vida e se, perante uma atitude abusiva de um homem, ela quiser agredir, ela vai em frente, agride e bota o cara pra correr. A detetive Mette Hansen, no entanto, é o maior exemplo de quebra da fragilização. Incisiva, imponente, motherfucker e dominatrix, Hansen deixa os homens ao seu redor inquietos e se sobrepõe a todos, sendo implacável ao buscar a justiça que pretende.

5. Os personagens coadjuvantes
Lilyhammer conseguiu corrigir um de seus erros mais graves da primeira temporada e, dessa vez, ajuntou uma galeria invejável de personagens coadjuvantes. Além das supracitadas Sigrid e Mette, temos o interesseiro, dissimulado e tarado Jan Johansen, que possui um tique nervoso surreal de dar risinhos o tempo todo. Roar Lien, irmão de Torgeir, que compartilha da ingenuidade do irmão, com quem mantém uma relação certas vezes discordante. Arn, outro elemento da little máfia de Tagliano, que parece viver em um universo paralelo, permanecendo alheio ao mundo na maior parte do tempo e sendo babá dos bebês Ânus. E as participações especiais não ficam atrás, com o destaque absoluto para Terence, o vovô matador, com dificuldades para urinar e que vê suas tentativas de assassinato fracassem por estar sempre em busca de privadas pra tentar urinar.

Então, se você tem um tempinho livro, dá uma chance pra Lilyhammer. Cada temporada tem somente 8 episódios. A primeira temporada pode emperrar aqui e ali, mas todo o esforço vale a pena diante da maravilha que é o segundo ano. E pra quem quer ir direto pra segunda, a Netflix liberou um resumo digno da 1ª temporada em quatro minutos, então já ajuda a se situar no universo da série.

Fonte: 1
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