Porém, nem tudo é lixo extremo, e por isso nos juntamos para dar 5 dicas de boas séries que você pode aproveitar o hiato e fazer uma rápida maratona. Foram levadas em conta apenas séries que estrearam entre janeiro e abril de 2014 e que foram renovas para novas temporadas.
PS – Fargo não fez a lista por se tratar de uma minissérie. Sim, sabemos que existe a possibilidade de a FX mudar de ideia e encomendar novos episódios, mas por enquanto ela ainda é uma minissérie. De qualquer forma não deixe de conferir Fargo, é facilmente uma das melhores coisas que a televisão nos apresentou esse ano.
5. About a Boy

Os dois tem excelente química em cena, timing de comédia e encaram as mais bizarras situações de um jeito especial. O resultado é uma comédia familiar leve, cheia de momentos de ternura e diversão, que acontecem a cada cena da dupla principal ou dos pontuais coadjuvantes. About a Boy é uma série muito bem sucedida quando o assunto é seu roteiro e a entrega dos atores a seus personagens.
Deliciosa de assistir, feita para fazer sorrir e deixar a alma mais leve, pode ser considerada a fofurinha do ano. É impossível resistir à doce relação que se forma entre o homem que não quer deixar de ser menino e do menino que não vê a hora de se tronar um homem. De preferência um homem que possa comer toda a costelinha ao molho barbecue que existe no mundo.
4. Looking

Imagine sentar-se com um grande amigo (gay), perguntar como foi a semana e ir ouvindo os relatos que ele tem a dizer. Looking é isso. Não é uma série de ficção científica ou fantasia. Não é uma comédia enlatada. Não é um novelão. Por isso, quem espera arcos mirabolantes, plot twists viajados, momentos pastelão ou paternidades ocultas acaba caindo do cavalo. Mas, para quem está em busca de uma série que retrata fielmente o estilo de vida gay em San Francisco, o poder de cativar de Looking é absoluto.
Estrelada por Jonathan Groff (Glee, Frozen, The Normal Heart), que interpreta um protagonista feito sob medida para representar o “gay médio” na atual sociedade, Looking é um retrato da rotina dos gays na sociedade moderna, uma geração LGBT que colhe os louros das conquistas das anteriores e que agora luta para não ser engolida pela própria expectativa de conduta gerada pela recente aquisição desses direitos. A série nos guia por uma jornada de personagens que, ao mesmo tempo em que buscam a compreensão do lugar em que se encaixam nesse novo mundo, enfrentam uma batalha de autoconhecimento e de combate aos próprios preconceitos. Tudo com direito a alguma dose de drogas e de supervalorização do sexo, sim (porque essas são características comuns no mundo gay, doa a quem doer). Mas, acima de tudo, com o claríssimo dever de ser uma série que, mais do que render dinheiro à sua emissora, é capaz de usar personagens de fácil identificação para nortear seus espectadores e fazê-los acreditar que, sim, continua havendo pessoas que enfrentam os mesmos problemas e obstáculos que você – que está assistindo – e, quem sabe, dar ao seu público a confiança necessária para superar as adversidades de uma geração de gays que ainda precisa lutar muito, mas mais do que nunca concilia sua causa com a árdua missão de lidar com uma vida marcada pelo caminho parcialmente construído para a igualdade que tanto almejava.
3. The 100

Os personagens da série são constantemente postos à prova, visto que nunca antes em suas vidas tinham colocado os pés na Terra. Nasceram em uma nave espacial, e aprenderam muito na teoria, mas nada na prática. E isso torna The 100 uma série extremamente excitante, pois a todo momento existem novos riscos e ameaças cercando os cem (na verdade, uns dez, o resto é figurante). A guerra nuclear que “inutilizou” a Terra ainda transformou muito a natureza e a maneira como ela funciona, e isso acaba trazendo um ar sobrenatural e misterioso para a série, tornando o espectador um desconhecedor tão grande desse lugar quanto os próprios personagens.
A parte da série que lembra levemente Battlestar Galactica também trata de sobrevivência, mas em um nível mais político e social: o envio dos cem à Terra foi uma medida drástica, já que a nave que é casa do que restou da população mundial está prestes a parar de funcionar. Seria a extinção da raça humana. Nessa parte que se passa no espaço a direção é bastante admirável, os sets são muito legais, as CGIs são bem feitos e existem uns lens flares que o JJ Abrams ia amar. O arco mostra o alto escalão da nave, tentando de todas as formas proteger os outros moradores comuns, que sequer sonham com todos os problemas que estão por vir, e aí entram questões éticas e morais: quem deve morrer e quem deve ser salvo? Manipulações e tramoias fazem parte da vida dessas pessoas, que precisaram aprender a viver de forma diferente, se adaptando às consequências dos atos de nós mesmos.
2. Penny Dreadful

Com personagens históricos como Drácula, Frankenstein e seu(s) monstro(s), Dorian Gray e Abraham Van Helsing inseridos na trama de forma verossímil e agradável, Penny Dreadful é uma série focada no marginal, no submundo. É na penumbra que vivem os monstros, e nesses monstros se incluem os temíveis seres humanos. A inveja, o ódio, o rancor e o recalque estão presentes em todos os cantos da capital inglesa, e, de mãos dadas com o erotismo, tornam o submundo mais apavorante e fascinante.
E, além do ótimo roteiro e da incrível ambientação, o elenco é excelente. Contudo, todos os outros atores são superados pela genial Eva Green, que domina cada segundo em tela. A facilidade da atriz em transitar entre a alegria, o mistério e a possessão é absurda, sobre-humana. Talvez seja cedo para dizer que Penny Dreadful vai entrar para a história das séries do gênero, mas já é óbvio que Eva se junta a Jessica Lange e Vera Farmiga no panteão feminino do terror. Emmy para Penny Dreadful? Espero que sim. Emmy para Eva Green? POR FAVOR.
1. True Detectiv

Integralmente escrita por Pizzolatto, a primeira temporada do show conta a história dos detetives Rust Cohle (Matthew McConaughey) e Martin Hart (Woody Harrelson) na resolução de um peculiar caso de assassinato ocorrido em 1995 em uma pequena cidade do sul da Louisiana. Complexo, bizarro e chocante, o assassinato gerou consequências até os dias atuais, que desafiam a competência e a sanidade dos protagonistas.
Aparentemente, este é um enredo mundano de séries policiais. Mas True Detective não é uma série policial qualquer. Não é aquela série em que a investigação dura vinte minutos e dezoito exames de DNA são feitos de uma vez só. Sem pressa, vamos conhecendo o distinto modo de pensar dos detetives, a política frustrante do Departamento de Polícia, as diligências e investigações perpetradas e, fora do trabalho, a vida pessoal de Rust e Martin. E é aí que a série acerta: o excelente texto de Pizzolatto dá grande profundidade aos personagens e flerta com nossa definição de “good cop/bad cop”, além de trazer diversas discussões existenciais e filosóficas (inúmeras são as referências ao clássico O Rei de Amarelo). Ao lançar mão de uma narrativa que alterna entre presente e passado, somente aos poucos se vai descobrindo o que realmente aconteceu, deixando vários dilemas morais para o espectador mastigar entre um episódio e outro.
E como era de se esperar de uma série da HBO, a produção é impecável. A direção de Cary Joji Fukunaga acerta ao utilizar a aridez das locações da Louisiana para criar um clima de solidão e angústia quebrado por momentos de tensão impactantes (tem um plano-sequência no quarto episódio, que meus amigos!). A fotografia, o figurino e a maquiagem são igualmente embasbacantes, marcando muito bem a passagem do tempo. Por fim, a atuação inspirada de McConaughey e Harrelson (além de excelente elenco de apoio) fecham o rol de acertos da série.
Merecidamente, a produção recebeu ampla aclamação do público e da crítica: foi a série estreante mais vista da história da HBO e começa a abocanhar os primeiros prêmios – a atuação de McConaughey já rendeu um Critics’ Choice Television Awards de melhor ator em drama. Então, se você ainda não viu, faça seu dever de casa e assista à primeira temporada. Como a série é pensada no formato de antologia, todas as pontas são amarradas ao final dos oito episódios. Satisfação garantida.
Menção honrosa:
Helix

Outra premissa, que advinha dos teasers, pôsteres e promos, rezava que a série iria explorar um ambiente infectado por um vírus mortal e que todos personagens teriam que se unir para enfrentar zumbis nos corredores de um complexo, situado no deserto gelado do Ártico. Ainda bem que essa foi somente a ponta do iceberg (com o perdão do trocadilho) e Helix abriu um leque gigantesco de mistérios envolvendo uma corporação dominada por imortais, planos para erradicação da humanidade e reviravoltas surpreendentes em profusão. O cliffhanger da season finale fez com que Helix entrasse na meu TOP 5 das séries mais aguardadas para o ano que vem.
Se tudo isso não bastasse para te convencer a assistir a série, encerro esta menção honrosa, dizendo que o seu grande trunfo é não se levar à sério em nenhum momento, seja pela Trilha Sonora deliciosamente bizarra, pelas atuações caricatas e canastronas dos personagens ou pelas sequências de efeitos especiais “vintage”, Helix já nasceu CULT e merece ser apreciada sem nenhum compromisso com a lógica ou verossimilhança.
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