domingo, 8 de dezembro de 2013

Os melhores filmes de dança



"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!". A frase da famosa bailarina norte-americana Isadora Duncan explica a paixão de tantos pela dança. E mostra também porque o cinema deu tanto espaço para esta expressão artística em seus mais de cem anos de história. Dezenas de filmes marcaram época pelas coreografias, interpretações sensacionais e duetos inesquecíveis. Dos mágicos musicais dos anos 1930 e 1940 aos soturnos roteiros do século 21, passando pelas histórias juvenis da década de 1980, não faltam histórias que merecem ser contadas e assistidas sempre. Confira nossa seleção dos 15 melhores filmes de dança já feitos.

O Picolino

Fred Astaire e Ginger Rogers se notabilizaram como a melhor e mais famosa dupla de dançarinos do cinema norte-americano. Juntos, protagonizaram dez filmes, muitos deles com cenas antológicas. O ponto alto de ambos é “O Picolino” ("Top Hat"), filmado em 1935 e dirigido por Mark Sandrich. O filme mostra a história de Jerry Travers, um dançarino que vai a Londres para estrelar um show. Na capital britânica, ele se encanta pela bela Dale Tremont, a vizinha de quarto no hotel onde está hospedado. Porém, suas investidas não têm sucesso por causa de um mal-entendido. Entre as melhores cenas do filme está o inesquecível número de dança "Cheek to Cheek".

Marujos do Amor

Gene Kelly, um dos grandes dançarinos de Hollywood, protagonizou alguns dos maiores clássicos dos musicais e foi grande rival de Fred Astaire. Em “Marujos do Amor” (“Anchors Aweigh”), de 1945, ele interpreta o marinheiro mulherengo Joseph Brady, que tenta aproveitar quatro dias de licença ao lado de seu colega, o tímido Clarence Doolitle (interpretado por ninguém menos que Frank Sinatra). A curtição acaba quando a dupla encontra um garoto que quer se alistar na Marinha. A cena antológica é o número de dança de Kelly com Jerry, o ratinho do desenho animado “Tom e Jerry”. Anos depois, o dançarino afirmou que o rato havia sido seu melhor parceiro de dança.

Ziegfeld Follies

Já imaginou Pelé e Maradona se enfrentando em uma partida de futebol? Ou Leonardo da Vinci se encontrando com Picasso? Esta talvez tenha sido a sensação dos fãs de musicais ao ver “Ziegfeld Follies” (sem versão no Brasil), de 1945. Dividido em 12 segmentos e sete diretores, o filme é um marco por ser o único a reunir Fred Astaire e Gene Kelly. Ambos contracenam no segmento “The Babbitt and the Bromide" e "Beauty”, composto por George e Ira Gershwin. O enredo narra as lembranças do grande showman Florenz Ziegfeld Jr. Um encontro espetacular como este não poderia mesmo ser esquecido.

Cantando na Chuva

Este é o filme mais famoso de Gene Kelly e chegou a ser eleito o maior musical de todos os tempos em uma lista divulgada em 2006 pelo American Film Institute, dos Estados Unidos. “Cantando na Chuva” ("Singin’ in the Rain"), de 1952, traz a história de uma dupla de atores de Hollywood, muito famosa na época do cinema mudo. Com a chegada dos filmes falados, eles precisam se adaptar às mudanças para continuarem mantendo o sucesso. A grande cena é quando Gene Kelly começa a dançar nas ruas, em meio a um temporal, enquanto mantém fechado seu guarda-chuva. Para fazer a gravação, ele precisou superar uma febre de 38ºC.

A Roda da Fortuna

Uma das muitas comédias musicais do diretor Vincent Minnelli, “A Roda da Fortuna” ("The Band Wagon") é de 1953 e traz o mito Fred Astaire, acompanhado de sua irmã Adele Astaire. O filme mostra a história do astro Tony Hunter, veterano de comédias musicais que se preocupa com a decadência de sua carreira. Dois de seus amigos, Lester e Lily, escrevem uma peça que eles acreditam ser perfeita para o retorno de Tony. No entanto, vários problemas ocorrem durante a montagem. “A Roda da Fortuna” é um dos últimos grandes musicais dos estúdios MGM, que vivia seu apogeu. Foi o fim de uma era.

Amor, Sublime Amor

Após um período de ostracismo, os musicais voltaram a ganhar força em Hollywood. Para isso, passaram por uma repaginada e foram modernizados. Um bom exemplo do novo estilo adotado está em “Amor, Sublime Amor” (“West Side Story”), dirigido por Robert Wise em 1961. O filme é uma adaptação livre, ambientada na década de 1950, de “Romeu e Julieta”, a mais famosa obra de William Shakespeare. Tony, antigo líder de uma gangue chamada Jets, se apaixona por María, irmã do líder dos Sharks, a gangue rival. O filme foi um grande sucesso de público e também de crítica, conquistando dez Oscar, incluindo o de melhor filme, em 1962.

Os Embalos de Sábado à Noite

É quase impossível pensar em um filme de dança e não se lembrar imediatamente de “Os Embalos de Sábado à Noite" ("Saturday Night Fever"), filme de 1977 que projetou o jovem John Travolta ao estrelato. Drama musical dirigido por John Badham, a película é uma radiografia da onda disco, que tomou o mundo no final dos anos 1970. Um funcionário de uma loja de tintas, Tony Manero, revela-se um excelente dançarino e passa os finais de semana vivendo a badalação nas discotecas enquanto se prepara para um grande concurso de dança. As cenas de Travolta na pista se tornaram épicas.

Grease - Nos Tempos da Brilhantina

Já famoso após “Os Embalos de Sábado à Noite”, John Travolta voltou a exibir seus dotes de dançarino em 1978. Ele contracenou com a cantora Olivia Newton-John em “Grease”, dirigido por Randal Kleiser. A história do musical se passa no final dos anos 1950 e mostra um casal de estudantes que passa o verão juntos, mas se separam depois que ela volta para a Austrália. O filme retrata o comportamento da juventude da época, aditivada pelo rock e uma onda de liberalismo. "Grease" foi um sucesso de público: é até hoje o musical com maior arrecadação na história do cinema norte-americano.

Flashdance - Em Ritmo de Embalo

A onda de filmes de dança que ganhou os cinemas norte-americanos no final dos anos 1970 manteve o pique na década seguinte. Vários lançamentos estouraram nas bilheterias e marcaram época. Entre eles está “Flashdance - Em Ritmo de Embalo”, de 1983, dirigido por Adrian Lyne. O filme conta a história de Alexandra Owens, uma operária que busca o sonho de se tornar uma bailarina. Ela tem a sua grande chance ao buscar a vaga em uma famosa escola de dança. As cenas da apresentação ao final do enredo se tornaram clássicas, assim como a canção-tema “What a Feeling”, imortalizada por Irene Cara. A cantora, assim como a atriz Jennifer Beals, sumiram após o sucesso de "Flashdance".

Footloose - Ritmo Louco

Mais um filme de sucesso que alavancou a música-tema nas rádios mundo afora. “Footloose - Ritmo Louco”, de 1984, foi dirigido por Herbert Ross e fez grande sucesso na época, assim como a canção de mesmo nome, interpretada por Kenny Loggins. Kevin Bacon (foto) interpreta Ren McCormick, um jovem cosmopolita que deixa a metrópole onde vive para morar numa pequena cidade, mas descobre que a dança ali é proibida. Ele então luta, com a ajuda de alguns amigos, para derrubar o veto e assim conseguir realizar um baile de formatura. Enquanto isso, tenta conquistar o coração de uma jovem. As cenas de dança empolgaram o público jovem da época.

Dirty Dancing - Ritmo Quente

Os filmes de dança dos anos 1980 tinham muito em comum: apostavam em jovens revelações e traziam roteiros prontos para conquistar os adolescentes. De quebra, apresentavam sempre uma música-tema que se tornava grande sucesso. Também foi assim com o filme “Dirty Dancing - Ritmo Quente”, de 1987. A canção em questão é “Time of my Life”, interpretada por Bill Medley e Jennifer Warnes. Mas o filme dirigido por Emile Ardolino tinha um trunfo a mais: a química dos atores principais, Patrick Swayze e Jennifer Grey. Ele interpreta um instrutor de dança e ela vive uma jovem abastada. Mesmo com os obstáculos, eles acabam ficando juntos.

Billy Elliot

Os filmes sobre dança sumiram dos cinemas nos anos 1990, mas voltaram a ganhar força na década seguinte. Já em 2000 foi lançado “Billy Elliot”, dirigido por Stephen Daldry. O filme conta a história de um menino de 11 anos que vive numa pequena cidade inglesa. Ele se apaixona pela dança e decide que quer ser bailarino, mas enfrenta a reprovação de seu pai, que quer vê-lo treinando boxe. Para realizar seu sonho, o garoto conta com o apoio de sua professora. O filme se tornou famoso pela forma como aborda os preconceitos sobre a orientação sexual de bailarinos. A interpretação do jovem Jamie Bell foi o grande destaque deste filme carregado de sensibilidade.

Moulin Rouge - O Amor em Vermelho

Dirigido em 2001 por Baz Luhrmann, “Moulin Rouge - O Amor em Vermelho” é protagonizado por Nicole Kidman e Ewan McGregor, que cantam e dançam durante todo o filme. A história se passa em 1899, quando o jovem poeta Christian desafia a família e vai morar no bairro boêmio de Montmartre. Ali, passa a frequentar o famoso cabaré Moulin Rouge e se apaixona por Satine, a mais bela cortesã do local. Apesar de a história ser ambientada no final do século 19, os números executados pelos atores são canções recentes de artistas pop, como Elton John, David Bowie, Beck e a banda The Police, entre outros.

Chicago

Depois do sucesso de crítica de “Billy Elliot”, um filme sobre dança mas não necessariamente um musical, chegou a vez deste gênero retornar com força total a Hollywood. Isso finalmente ocorreu em 2002, quando o diretor Rob Marshall lançou “Chicago”, um filme baseado na famosa peça de Bob Fosse e sucesso na Broadway. A história se passa na década de 1920 e mostra a famosa dançarina Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), presa por matar o próprio marido. Logo depois, a cantora Roxie Hart (Renée Zellweger) também é presa, após assassinar o namorado. Os crimes as tornam famosas e elas se convertem nas maiores estrelas do showbiz. O filme ganhou seis Oscar, incluindo o de melhor filme, em 2003.

Cisne Negro

Dirigido por Darren Aronofsky, “Cisne Negro” ("Black Swan"), de 2010, traz um quadro denso e escuro do mundo da dança. O filme mostra a disputa entre duas jovens para ocupar o posto de bailarina principal do balé “O Lago dos Cisnes”. Ambas precisam mostrar que podem interpretar tanto o Cisne Branco, que representa a inocência, quanto o Cisne Negro, imagem da sensualidade. Nina, brilhantemente interpretada por Natalie Portman (foto), se identifica mais com a pureza, mas sua busca por interpretar o outro personagem a leva a um conflito psicológico profundo, que ameaça sua própria sanidade. A atriz ganhou um Oscar e um Globo de Ouro em 2011 pela sua atuação.

Pina

O cultuado diretor alemão Wim Wenders (foto), autor de obras como “Paris, Texas” e “Buena Vista Social Club”, lançou em 2011 o documentário “Pina”, que traz a vida e carreira da famosa bailarina e coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009). O filme foi iniciado em 2009 e originalmente acompanharia uma excursão da companhia de dança de Pina Bausch. O projeto, no entanto, teve de ser adiado e alterado após a morte da biografada. A versão que foi concluída reconstituiu algumas das coreografias mais importantes da alemã. Dois fatos chamaram a atenção: as apresentações ocorreram não só no palco, mas também em cenários externos; e Wenders recorreu à tecnologia 3D para dar mais força às coreografias.

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